sábado, 7 de agosto de 2010

Iniludível


Introspectiva, foi assim que acordei hoje. Dormi bem ontem, tive um sono tranquilo, mas logo que abri meus olhos, dei de pensar no quanto somos insignificantes e permaneci como quem estivesse presa, sem saída, sem liberdade ali, deitada na minha cama.
Uma angústia descomedida e a pior sensação de impotência que eu já experimentei em toda a minha vida tomaram conta de mim naquela altura da manhã. Não sabia de onde tinham vindo todos estes sentimentos sem sentido, quando me vi deitada e sem forças para colocar os pés no chão e chorei. Chorei sem saber o porquê de minhas lágrimas e daquela dor que insistia em tomar conta do meu peito.
“O que ‘diabos’ é isso, meu Deus, porque estou me sentindo assim?” Pensei. De repente, me veio a resposta de toda essa inquietação que me afligiu nos primeiros minutos do meu dia: Medo. Estava atemorizada simplesmente por estar viva, e viver é tão complexo. A gente vive para morrer e espera pela morte como se ela fosse a vida. Ela, “a indesejada das gentes”, que pode ser “dura ou caroável”, como certa vez disse um poeta. Ela, que não escolhe cor, status social e nem sexo.
Tenho aversão à ideia de que vou morrer um dia ou de que vou ver sem vida as pessoas que amo e isso me deixa irrevogavelmente triste de vez em quando. Que desça “a noite com seus sortilégios” e traga coisas boas, vibrações boas, pensamentos bons e um amanhã de encantamentos e sorrisos.

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