terça-feira, 7 de dezembro de 2010

De volta à adolescência


Estava em casa, em frente ao meu computador, conversando com minha amiga sobre uma pá de coisas inúteis no MSN quando, de repente, ela me surpreende com uma das melhores notícias de todos os tempos, notícia com a qual sonhei por alguns (longos) anos da minha vida: Os Backstreet Boys (sim, eles mesmos) farão um show aqui no Recife, em fevereiro de 2011.

Quando soube da boa nova, senti como se tivesse voltado à minha adolescência, lá pelos anos de 2000/2001, quando era fascinada por esta tal "boy band" (colecionava pôsteres, fotos de revistas, fanzines, CDS e vivia sonhando com o dia em que Kevin Richardson me pediria em casamento).

Assim que Aninha me contou do show, me vieram à memória canções que há muito tempo ninguém ouve, mas que estiveram durante muito tempo nas paradas de sucesso. Fui tomar banho com aquela sensação de felicidade, cantarolando "You are my fire, the one desire... believe when I say: I want it that way" e me sentindo velha, madura, responsável, com a sensação de que aquela época que eu tanto desejei que não chegasse ao fim, está agora num lugar distante de mim, da minha realidade, dos meus sonhos pueris e adolescentes.

Foram anos maravilhosos, eu ia praticamente todos os dias às bancas de revista, gastava toda a mesada que eu recebia com pedaços de papel, mas tudo aquilo me deixava tão feliz... Na escola, as conversas eram sempre as mesmas: "qual é teu BSB favorito?" "qual a coreografia que tu mais gosta?" "Vamos organizar um fã clube?". Mas estou feliz! Feliz porque cresci e fiz parte de uma geração que sonhou, que amou. Hoje tem-se a febre "Restart", "NXzero" e afins, mas creio que as paixões mudaram, os sonhos são outros, não há aquela pureza que havia antes.

Passou, fez parte. E eu estou tão feliz de ter que relembrar isso tudo... Dia 18 de fevereiro, AJ, Nick, Brian e Howie D., aguardem-me!

Ps: Kevin além de ter saído da banda, me trocou por uma branquela azeda... rsrsrs

Ps2: Eu tinha essa foto enormemente pregada na parede do meu quarto... ficava me deliciando com essas pernocas...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que me cura...

Eu sei que não foi apenas com o intuito de falar sobre mim (minhas frustrações e minhas angústias) que criei este blog, mas, ultimamente, não tenho como deixar de fazê-lo. Sempre achei chato esses diários virtuais em que as pessoas contam seus problemas amorosos, financeiros e por aí vai.

Todavia, escrever para mim é uma terapia que, por vezes, já me socorreu de alguns “caos” que passei na minha breve existência. E hoje eu estou avessa aos versos do meu Bardo maranhense: não estou com mínima vontade de mandar flores ao delegado, nem tão pouco de beijar o português da padaria. Na verdade faz um bom tempo que me sinto triste, insatisfeita comigo mesma, como se minha vida se resumisse a incertezas e dúvidas. Creio que os dias hão de passar na minha vida, como nuvens. E só o tempo cicatrizará essa enorme ferida que insiste em doer dentro do meu peito.

“Tempo, tempo, tempo, mano velho...”

sábado, 6 de novembro de 2010

Submundo, Subvida*

Na porta da sala em que fomos recebidas pelo setor de psicologia do presídio, Márcia (nome fictício) esperava, visivelmente consternada, pela sua vez de falar. Há poucos metros de distância era possível perceber a amargura que tinha o seu semblante. Mãos trêmulas e calejadas, olhar curioso, impreciso e amedrontador, postura agressiva como se quisesse, naquele momento, “pular em cima do pescoço” de quem ousasse a contrariá-la, aquela mulher conhecia de cor aquele ambiente e aceitava resignadamente a consequência maior de seus erros: o cárcere.

No momento em que se viu sentada naquela cadeira, frente a frente com a sua história de vida, Márcia hesitou em falar. Talvez por medo, talvez por vergonha do seu passado. A verdade é que por trás daquela mulher que impunha medo, estava uma pessoa que apenas se limitava a responder as perguntas que fazíamos.

Há quatro anos Márcia está naquele lugar. A família? Não a apóia, não sabe que rumo sua vida tomou. Filhos? Tem quatro, todos espalhados por algum lugar de Garanhuns, sua terra natal. Márcia procura não pensar neles para não sofrer mais, como ela diz.

Márcia conquistava seu sustento dignamente, era faxineira na cidade de Garanhuns, onde morava. Ainda na juventude (não quis entrar em detalhes) conheceu e se apaixonou por Marcos (nome fictício), que era viciado em drogas. Por intermédio de Marcos, Márcia conheceu o “sub mundo” das drogas e tornou-se também uma viciada.

Inicialmente os dois apenas usavam a droga para o sustento do vício. Depois viram na comercialização do produto uma oportunidade de ganhar dinheiro mais facilmente do que vinham ganhando até então. Márcia sabia que aquilo que estava fazendo era errado, todavia a ânsia por consumir drogas vinha aumentando e os sinais de sua decadência se mostravam cada vez mais evidentes.

Depois de ter formado junto com Carlos uma quadrilha que fornecia drogas para diversas regiões de Pernambuco, Márcia foi presa e condenada a 13 anos e 6 meses de reclusão por formação de quadrilha e tráfico de drogas.

Há dois anos Márcia não recebe visitas de ninguém, está sozinha no seu mundo e na sua realidade. Com a voz enrolada como se quisesse chorar, Márcia disse ser muito grata a Deus que, apesar das falhas que ela cometeu e comete, tem protegido-a e ajudado-a viver naquele lugar que é um “verdadeiro inferno”.

Márcia não culpa a sociedade e nem sua família. Atribui toda a responsabilidade de estar privada de liberdade a si mesma e ao seu vício destrutivo:

- A vida aqui dentro não é boa, mas eu quem procurei viver desta maneira, tenho que cumprir o que a justiça me ordenou, desabafou.

No momento em que falava sobre seus filhos, Márcia pediu à psicóloga para fazer uma ligação para um deles para matar a saudade, já que fazia dois anos que não tinha notícia deles. No presídio, procura não pensar no futuro. Não sabe que rumo vai tomar sua vida depois que sair dali. Não tem onde morar e nem sabe o que vai fazer.

Por trás das grades, apesar de ser mais fácil do que se imagina conseguir drogas, Márcia vinha procurando não mais usá-las. Estava tentando se libertar do vício que a colocou encarcerada. Não resistiu.

Tinha acabado de ganhar 37 saídas devido ao seu bom comportamento e já estava até trabalhando fora do presídio. A vida lá fora era boa, Márcia sentia-se livre, mesmo sabendo que no final do dia teria que voltar para aquela vida que ela tanto abominava. Foi quando voltou a usar drogas, mesmo sabendo que isso traria para ela seriíssimas consequências.

Todo dia, antes de voltar para o presídio, Márcia usava o seu crack, depois que saía do serviço. Sua vida era agora essa: de manhã saía para trabalhar, no fim do expediente usava sua droga:

- Ora, que mal faria eu usar meu “bagulho”, eu voltaria para o presídio no fim do dia..., disse Márcia com o olhar fixo em nós.

As coisas não ocorreram como Márcia previa. Ela jamais imaginaria que levar drogas para dentro do presídio para seu uso próprio (segundo ela), implicaria em um agravante na sua sentença. Ingênua ou não, Márcia via, na possibilidade de comprar drogas fora para usar dentro do Bom Pastor (ou também para vendê-las), um escape para esquecer daquela dura realidade em que ela vivia.

Foi autuada em flagrante na frente do presídio, em posse de maconha e crack, agravante determinante no aumento de sua pena. A culpa?

- A culpa é do vício. Caí no erro por não saber dizer não a esse vício que só tem me destruído.

Márcia ainda não sabe em quanto tempo sua pena aumentou e disse não querer mais saber de drogas.

Seu futuro ainda é incerto e planos não existem. Decerto os anos tenham que passar para esta mulher. Decerto Deus a ajudará a cumprir sua sentença, já que o único plano que ela faz para o futuro é sair do presídio e procurar uma igreja evangélica para “contar sua história.”

*Este texto é parte integrante do livro "A casa de grades cor-de-rosa", escrito por mim e duas amigas no fim do ano passado. O livro retrata o cotidiano das apenadas da Colônia Penal Feminina do Recife (Bom Pastor)

Outro da época da graduação...


O mau exemplo dado pelas oposições no Brasil

A política nacional sofre do mal da divisão, já não é mais a mesma. Em um país que sofreu de tantos males causados pela política arbitrária que era praticada, os ideais de mudança, melhoria e reforma praticamente não existem mais. É impossível acreditar que os políticos de uma nação que em outrora defendiam a derrocada da ditadura militar, um sistema que tolhia a liberdade de expressão e de pensamento, hoje não se mobilizam para que o país cresça política e socialmente.

Muitos políticos brasileiros da chamada “direita” e que hoje são oposição ao governo que está no poder, se vangloriam de ter lutado contra a ditadura militar e a favor da população, mas não cumprem o que de fato se propõem a fazer enquanto oposição. Criticam e apontam falhas, todavia não apresentam soluções para tudo o que para eles é errado e apolítico.

É difícil acreditar que alguém que ostente tanta popularidade, como é o caso do Presidente Lula, seja um homem descompromissado com o país, como faz questão de afirmar a oposição. É inegável o crescimento da economia, do social e do bem- estar dos brasileiros. Para se manter como opositores, tais políticos esquecem-se de tudo isso. E esquecem-se mais ainda da época em que eram governo.

Muitos dos hoje opositores, na época em que estiveram no governo, não exerceram seus mandatos de maneira muito diferente da que eles criticam atualmente. Seguiam modelos norte-americanos, como por exemplo, a privatização das empresas brasileiras pertencentes ao povo. Ora, nem tudo o que funciona nos Estados Unidos é benéfico para o Brasil. A estrutura política destes dois países é completamente diferente. No caso da privatização das estatais, “tem-se um benefício imediato e uma conseqüência nefasta” e estas consequências são bem piores do que as do Bolsa Família.

O que uma oposição realmente responsável deve fazer é contrapor pontos de vista, projetos e fazer denúncias. Mas em um país em que a popularidade do governo é quase que total, ser oposição é uma tarefa difícil. Difícil, mas não impossível.


* O final está meio tosco, foi feito na época da Faculdade, era um editorial. Postei para esse blog aqui não morrer. Ele já estava com o "pé na cova"... rsrs

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Alma silenciosa


Ás vezes ela se sente sozinha, tão sozinha que não consegue enxergar nada à sua volta. Chega em casa, larga os seus livros num canto (qualquer canto), e se abandona diante da sua solidão. Ela sabe como é bonita a vida lá fora, mas prefere enclausurar-se dentro do seu mundo, como se mais nada lhe restasse, como se o seu destino fosse ser (e permanecer) inerte pelo resto de sua vida. E ela é uma menina cheia de anseios, embora ainda não saiba defini-los com certeza, ela os têm com fervor. Mas prefere ter medo e se acorvardar diante das dificuldades que lhe surgem. Amigos? ela têm, poucos e bons, como costuma dizer. Logo, não é a falta deles que a faz padecer, que a entristece e a angustia. É algo que nem ela mesma sabe explicar. A solidão é boa de vez em quando, nos faz pensar na vida, colocar as ideias em ordem, mas ela ultimamente tem pensado tanto, que sua existência tem se resumido quase que exclusivamente a isso.
Vez ou outra ela chora, quando está sozinha, claro. Não gosta que as outras pessoas compartilhem de sua fraqueza. Para todos, aquela menina é feliz. Ela faz questão de parecê-lo. Talvez ela seja. A felicidade é algo que a gente encontra com o tempo, é algo que buscamos. Ela tem buscado, à sua maneira, essa felicidade. De uma forma ou de outra, ela a encontrará. Seja pensando na vida e colocando as ideias em ordem, seja encontrando uma forma de não levar a vida tão a sério, cobrando-se e punindo-se menos. Talvez a felicidade dessa garota esteja nisso: em ser solitária, em pertencer ao seu mundo, à sua plenitude... A felicidade está nos olhos de quem vê!


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Desçam do ringue, apresentem propostas...


Troca de ameaças na TV, é nisso que se resume o horário eleitoral gratuito este ano, infelizmente. Os eleitores não têm como votar em quem apresenta a melhor proposta, porque o jeito de se fazer política no Brasil hoje exclui essa possibilidade.

O eleitorado brasileiro credita seu voto a quem tem o nome menos envolvido em escândalos e, por consequência, acusa mais, estratégia do "vou te vencer pelo cansaço". Foi desta forma no primeiro turno, está acontecendo com maior força no segundo turno e parece que vai ser assim para sempre. Ou pelo menos, até enquanto os eleitores derem ouvidos às estratégias sujas dos políticos de trocarem insultos e ofensas, como se estivessem numa arena; como se o eleitor fosse o prêmio pela "qualidade" e grau de alcance do xingamento e da calúnia. Abra os olhos, eleitor. Voto é coisa séria!

Dilma Rousseff: Os rumos da Campanha após a descoberta do câncer



Desde o fim de abril, quando a ministra-chefe da Casa-Civil Dilma Rousseff anunciou que estava com um tipo de câncer no sistema linfático, sua presença é uma constante nos holofotes da mídia. A ela, não foi assistido o direito que cabe a toda e qualquer pessoa que se descobre com uma doença de tal gravidade: o recolhimento e o silêncio.

A economista de 61 anos tem sido vista, depois da descoberta de sua doença, sob o único e exclusivo ângulo do animal político. As perguntas são sempre as mesmas: O câncer (pequeno linfoma que surgiu em uma das axilas da ministra) implicará na sua desistência da disputa presidencial nas próximas eleições? Se a doença progredir, pode-se dizer que sua candidatura à sucessão de Lula será fragilizada? Ou será que a enfermidade que acomete Dilma Rousseff vai humanizar sua campanha?

Assim como as perguntas, a resposta é sempre a mesma: Somente as pesquisas poderão indicar o futuro político da pré-candidata do governo e se esta doença aumentou a sua popularidade. É natural e totalmente compreensível que Dilma tenha medo das consequências que isso trará para o andamento da sua campanha. Afinal, concorrer à Presidência da República e melhor, suceder Lula, o presidente de maior popularidade da história política do Brasil, não é lá uma das tarefas mais fáceis para uma pessoa que nunca enfrentou as urnas.

Após ser substituída por Antônio Palocci, Dilma Rousseff assumiu o cargo de ministra-chefe da Casa-Civil em junho de 2005. A partir de então, tornou-se o “braço direito” do presidente Lula. Nome melhor não haveria, apesar das diferenças aparentes, para dar continuidade ao mandato do PT.

Até pouco tempo antes de comunicar à imprensa que estava com câncer, a economista mineira demonstrava não estar preocupada com a corrida presidencial, evitava, sempre que questionada, falar sobre as eleições do ano que vem. Os repórteres insistiam, Dilma demonstrava-se irredutível.

E por falar em eleições presidenciais de 2010, o presidente Lula tem feito “das tripas coração” para que sua candidata chegue até a campanha tão popular quanto ele próprio. Apesar de Dilma evitar falar sobre isso, Lula fazia questão de deixar bem claro a sua predileção por ela dentre os seus aliados políticos. Talvez pela sobriedade e seriedade que a “mulher Dilma” transmite, ou talvez seja pela sinceridade e honestidade que a “ministra Dilma” confere. Lula é enfático sempre que o perguntam sobre “a política Dilma”.

Se o linfoma de Dilma Rousseff é benéfico ou maléfico para o seu futuro político, ainda não se sabe. Mas o que todos sabem é que, infelizmente, um câncer exige cuidados especiais. Mais cedo ou mais tarde a figura de Dilma não será mais estampada nas manchetes dos jornais e nem sua imagem será vista frequentemente nos telejornais. O tratamento dessa doença com certeza fará com que a ministra, pelo bem de sua saúde, reduza suas aparições públicas e isto, de maneira geral, enfraquecerá a “Dilma política”.

Talvez o discurso de Lula tenha que mudar daqui para a frente. Não acredito que a melhor solução para resolver esse impasse seja a dramatização do discurso político ou o uso da doença para conquistar votos. Muito mais importante para a campanha do que a doença é o sucesso do PAC, que é (ou pelo menos deveria ser) o maior trunfo da campanha da ministra.

A doença é sim, um fator preponderante na campanha da futura presidenciável, mas as pessoas não devem creditar seu voto apenas no sentimento de humanidade. Dilma tem muito mais virtude e história política e não é por causa de uma doença que todos os méritos dela serão esquecidos. A doença deve ser tratada como coadjuvante e não como protagonista dessa campanha.

"Se a questão da saúde de Dilma for encaminhada positivamente, reforçará a imagem de que ela venceu a ditadura, a tortura e o câncer", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá. Apesar de toda a confiança que o presidente Lula e seus aliados têm na ministra, não dispor de um “plano B”, seria imprudência demais.


* Texto que escrevi em maio de 2009 após a divulgação de que a então Ministra da Casa-Civil, Dilma Rousseff, estaria com câncer. Ainda bem que a sucessora de Lula está recuperada e totalmente apta para sucedê-lo e dar continuidade ao seu trabalho de maneira íntegra e responsável. O Presidente Lula não precisou dispor de um "Plano B". =)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Porque eu gosto de compartilhar =)

Disritmia
Martinho da Vila

Eu quero me esconder debaixo dessa sua saia
Pra fugir do mundo, pretendo também me embrenhar
No emaranhado desses seus cabelos
Preciso transfundir seu sangue pro meu coração,
Que é tão vagabundo...
Me deixe te trazer num dengo

Pra num cafuné fazer os meus apelos...
Eu quero ser exorcizado

Pela água benta desse olhar infindo
Que bom é ser fotografado
Mas pelas retinas dos seus olhos lindos
Me deixe hipnotizado pra acabar de vez
Com essa disritmia...
Vem logo, vem curar teu nego

Que chegou de porre lá da boemia...

* Gravada por Zeca Baleiro no CD "Vô Imbolá"

Outro parêntese.

E eu tenho culpa de sentir essa coisa desmesurada, desmedida, tão boa e tão indesejada? tenho culpa de ter meus pensamentos única e exclusivamente voltados para um dia, um encontro, um momento? Pensamentos surgem e são incontroláveis por mais que a gente tente ter domínio sobre eles. O ruim de tudo é que a gente não pode transformar os pensamentos em realidade sempre que temos vontade, seria tão bom se as pessoas estivessem por perto para suprir nossas carências, nossos medos e solidão.
E a vida que aproxima as pessoas de maneira tão especial, esqueceu de me avisar o significado da palavra SAUDADE...

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

... [2]


"Se tivesse acreditado na minha brincadeira de dizer verdades, teria ouvido verdades que teimo em dizer brincando; falei como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria."
- Charles Chaplin -

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

E vasculhando meus e-mails, achei este texto...




Assédio moral no trabalho: Chega de Humilhação!*


O mundo globalizado impõe à classe trabalhadora uma melhor qualificação profissional. O trabalhador de hoje é diferente do antigo. É o meio em que trabalha que o torna mais competitivo, mais individualista e autônomo. Homens e mulheres em todas as partes do mundo são pressionados pelos seus dirigentes a mostrar produtividade no trabalho. Há, portanto, a dificuldade do espírito de cooperação, o que ocasiona a falta de comunicação direta entre empregadores e empregados e entre os próprios trabalhadores da mesma classe.

Diante disso, são cada vez mais comuns em quase todos os ambientes de trabalho práticas de assédio moral. Este algoz da classe trabalhadora é praticado com o intuito de afastar o trabalhador do ambiente e das relações de trabalho de diversas formas: através de intimidações, ameaças, humilhações e, na maioria dos casos, isolamento. O trabalhador é induzido a pensar que não está cumprindo suas funções de maneira satisfatória e quase sempre se vê obrigado a pedir demissão.

Falta de ética. Vergonha. Desumanização do ambiente de trabalho. Comportamento deplorável. Todos estes termos definem bem o assédio moral, que atinge aos trabalhadores de todas as classes (empresários, trabalhadores braçais e executivos), chega a ser tão antigo quanto o próprio trabalho e sempre causou sequelas graves nos que têm que passar por tais constrangimentos.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 12 milhões de europeus alegam ter sofrido algum tipo de assédio moral no trabalho. No Brasil, faltam órgãos que denunciem as agressões e trabalhadores que assumam sofrê-las. Mesmo assim, pesquisas feitas em São Paulo no início de 2008, mostraram que 42% de trabalhadores de empresas de diversos setores afirmam que já passaram por algum constrangimento no trabalho.

Os agredidos, na maioria das vezes, não conseguem perceber e diagnosticar o mal que sofrem. Os agressores julgam que seu comportamento está totalmente dentro da normalidade. A sociedade está omissa e indiferente. Então, de quem é a responsabilidade? Não é coerente “jogar” a culpa apenas na falta de leis mais severas que punam os agressores. Sociedade e trabalhadores devem agir em conjunto. Menos omissão, mais conscientização e muito mais denúncia. Só assim se vencerá este “inimigo” que hostiliza e oprime a classe trabalhadora.


Este texto foi escrito na época em que eu trabalhava na assessoria de imprensa de um sindicato, em 2008. Não lembrava mais disso. O interessante é a maneira como a gente tem que escrever: de acordo com quem vai ler. Legal essa lembrança.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Amigo


O amigo que eu encontrei me surpreendeu
Quando todos me deixaram, Ele me acolheu
E sarou minhas feridas, das algemas me livrou
Lhe falei do meu dilema e Ele me escutou
Lhe falei do meu passado e me perdoou
Isto teve um alto preço que Ele já pagou:
Me mostrou as mãos feridas, por amor de muitas vidas
E uma destas muitas vidas era eu

Quem neste mundo amor tão grande pode ter
De entregar a própria vida sem temer?
Quem já sentiu a dor de ser cravado numa cruz,
Pagando pelos erros que não cometeu?
E olhar nos olhos de quem tanto mal lhe fez
E sem ressentimento oferecer perdão?
Quem pode ser melhor amigo que o SENHOR,
Que pelo servo a própria vida renunciou?

Sérgio Lopes

Estava refletindo no tamanho do amor que Deus tem para conosco e ouvindo Sérgio Lopes. Não há nada melhor do que esta música para que entendamos a magnitude deste amor. É incrível a quantidade de vezes que eu já chorei ouvindo esta canção.

domingo, 5 de setembro de 2010

Das minhas angústias


Tenho andado distraído, impaciente e indeciso”. Resolvi começar este post com tal verso de Renato Russo porque ele ilustra exatamente o momento pelo qual estou passando: mais cheio de dúvidas, incertezas e falta de confiança de todas as épocas dos meus 22 anos.

Sabia que ia ser assim depois da faculdade, imaginava que as dúvidas aflorar-se-iam com o término de tudo. A responsabilidade teria que sair só da teoria, afinal, eu havia concluído a faculdade, o curso que eu sempre quis fazer desde que me entendo por gente. Teria que arrumar emprego na área que eu escolhi (o que é bem difícil, se levarmos em consideração a quantidade de jornalistas bons e desempregados) e, pior de tudo, teria a obrigação de dar satisfação às pessoas, à mim mesma e à minha falta de confiança.

Cada dia que passa parece que tudo tem ficado mais difícil, difícil não, dificílimo. Pode ser (e eu acho que é) que eu me cobre demais, que eu não entenda que ainda tenho muito o que estudar, muito o que aprender nesta vida. Mas isto tem me deixado preocupada. Existem certos sonhos que pegam a gente pelo pé, literalmente. Sonhos realizados, mas frustrados. Desejos que se cumprem a contento, mas que nos deixam angustiados na hora de colocá-los em prática. Não duvido da minha capacidade, mas tenho medo de não conseguir sonhar mais alto, de me acostumar a esperar pelo que é mais fácil.

Talvez seja síndrome de recém-formado desempregado, talvez seja a culpa de quem não soube ouvir conselhos ou quem sabe seja esta maldita TPM que tem me deixado assim. Que amanhã eu acorde melhor, com a certeza de que “o futuro se anuncia num outdoor luminoso”, porque hoje a minha alma grita alto.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Um parêntese

- ... Mundo, mundo, vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo, mundo, vasto mundo, mais vasto é o meu coração. -
"Poema de Sete Faces", de Carlos Drummond de Andrade.

Realmente a rima não adiantaria de nada. Meu coração é do tamanho do mundo e o que tem dentro dele, maior do que dois mundos!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Crisly por Duda

Por Mais estrada debaixo dos pés

Por entender que vivemos com e para o outro, Cris tem a péssima mania de se preocupar com a opinião alheia. Sei que pessoas sensatas e inteligentes normalmente se importam, desde que isso não imponha amarras, nem as impeça de voar. É de ar que ela padece. Dessa vez, eu não vou deixar casas, livros, sapatos ou qualquer coisa dessa ordem, porque Cris precisa é de folgas no meio do amontoado de valores e conceitos éticos e morais que se apertam dentro dela. Ninguém vive impunemente e há que se entender que a gente só tem coragem se tiver medo primeiro. O que determina o salto não é a garantia de segurança da corda, é a ousadia de se abandonar diante do precipício. A minha herança para Cris não é o pulo ou a aventura, mas a coragem. Quero deixar meu invisível par de asas. Menos culpa sobre os ombros e mais estrada debaixo dos pés. Que o medo seja apenas trampolim para saltos cada vez maiores. Que a vida lhe seja leve e que jamais lhe falte a fé necessária para continuar seguindo em frente.

Maria Eduarda Araújo


PS: Só os verdadeiros amigos conseguem esta proeza: a de lerem-se perfeitamente. E ela ela é "mestra" em compreender cada centímetro do que acontece dentro de mim.

A Idade Média é aqui*


Há algum tempo, um fato interessante me ocorreu: minha prima de 11 anos perguntou-me como é possível uma mulher engravidar. “Como o bebê entra na barriga da moça”, perguntou ela. Eu tentei explicá-la da melhor maneira possível. Foi uma tarefa bastante complicada devido à facilidade de informações de que dispõe a maioria das pessoas, incluindo as crianças.
Não é muito difícil vermos nos dias de hoje, apesar do advento da internet e da explosão massificante dos veículos de comunicação, crianças como a minha prima. Afinal, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, a fase infantil dura até os dezessete anos. Pessoas que apenas passam por esta fase da vida sem vivê-la de fato, têm uma forte predisposição a apresentar distúrbios psicológicos decorrentes de um amadurecimento precoce.
Não muito raramente encontramos crianças que têm sua infância interrompida ou por ter que trabalhar muito cedo ou por terem sofrido algum tipo de abuso sexual, e é aí que reside grande parte das mazelas que tomam conta da sociedade. Crianças em condição de rua, aumento da criminalidade infantil e o aumento do consumo de drogas entre crianças e jovens, são as principais consequências de uma infância interrompida por violência sexual.
E por que não falar da violência de ordem sexual cometida contra crianças da mesma idade ou de idade inferior à da minha prima? E pior do que isso, o estuprador – ou aliciador – geralmente reside na casa da criança. Quando não são os pais, são irmãos, tios ou padrastos. Crimes desta magnitude poderiam ser condenáveis à prisão perpétua. Contribuir para a formação de indivíduos traumatizados e que podem ter um forte motivo para ingressar no mundo do crime é algo que não merece perdão.
Não estou falando do perdão da igreja ou dos familiares e sim do perdão da sociedade. É inadmissível que, na época de hoje, ainda existam marginais que praticam sexo com crianças. É inaceitável ver que as cadeias públicas não conseguem impedir que tais pessoas voltem ao convívio social e continuem praticando atrocidades deste nível.
Em Pernambuco um caso de abuso sexual teve repercussão diferente daquela que estamos habituados a ver em nossa sociedade: a incompreensão transformou-se em anátema
devido à incerteza do futuro de uma menina de nove anos. A criança foi molestada sexualmente por seu padrasto e engravidou. Ora, não é muito difícil prever o que iria acontecer com esta menina caso a gravidez fosse levada a diante. A família da menina optou pela sua vida e achou por bem que fosse feito um aborto. Aborto este, garantido pela Constituição Federal.
Com um discurso que já não apresenta efeitos e nem contribui para que o abortamento seja evitado, a Igreja Católica do Estado, na pessoa do Arcebispo de Olinda e Recife, condenou a interrupção da gravidez desta criança e excomungou, (prática da Igreja Católica muito comum na Idade Média, destinada à punição de pessoas hereges e irreligiosas), em nome da “defesa pela vida”, a mãe da menina e os médicos responsáveis por devolver a vida e a infância desta criança.
Será que esta pequenina sabia o que estava lhe acontecendo? Será que ela tinha consciência do que iria mudar na sua vida com a possível (ou improvável) chegada de mais um bebê para ela cuidar além de suas bonecas? Com certeza não. Se por obra do destino ela conseguisse sobreviver a esta gravidez e a este trauma, o que é praticamente impossível, pois o corpo de uma criança de nove anos não tem condições de gerar um filho, seria mais uma criança cuidando de outra e mais uma família desestruturada se formaria.
Simplesmente teríamos a troca de uma vida pela outra ou de nenhuma vida por nenhuma. Que fé é esta? Que dogmas são estes, que além de impedir que médicos exerçam sua profissão, os fazem pensar que estão sendo infiéis às leis de Deus? O que os médicos fizeram foi impedir a proliferação das mazelas sociais, e isto é política pública. O que a igreja fez sinceramente não teve muita importância. Não é excomungando todas as pessoas que trabalham para tentar implementar políticas sociais que vai se conseguir êxito na luta pelo direito à vida. O aborto não é uma prática acertada quando feito de maneira banal, mas em um caso como o da menina pernambucana é a melhor, mais sábia e irrefutável atitude a ser tomada.

* Texto também escrito na época da graduação, só que este é de 2009.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A luz dos teus olhos...



Nalgum Lugar
Nalgum lugar em que eu nunca estive
Alegremente além de qualquer experiência,
Teus olhos têm o seu silêncio:
No teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
Ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto
Teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
Embora eu tenha me fechado, como dedos, nalgum lugar
Me abres sempre pétala por pétala
Como a primavera abre (tocando sutilmente, misteriosamente)

A sua primeira rosa, sua primeira rosa
Ou se quiseres me ver fechado, eu e minha vida

Nos fecharemos belamente, de repente,
Assim como o coração desta flor imagina

A neve cuidadosamente descendo em toda parte
Nada que eu possa perceber nesse universo iguala
O poder de tua intensa fragilidade: cuja a textura
Compele-me com a cor de seus continentes
Restituindo a morte e o sempre cada vez que respiras
Não sei dizer o que há em ti que fecha e abre,

Só uma parte de mim compreende que a luz
Dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas
Ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas.


E.E. Culmmings

PS: Perfeição chegou nestes versos, ficou e fez morada. Magnífico!

Do amoroso esquecimento




Eu, agora - que desfecho! - Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo de lembrar que te esqueci?

Mário Quintana



Ps: Achei tão lindo que quis postar. Nada pessoal, hein?!

domingo, 15 de agosto de 2010

Do que realmente importa


Depois da aula elas reúnem-se no protótipo de restaurante da esquina, próximo ao local onde trabalham e estudam. E em meio a refrigerantes e batatas fritas, conversam sobre suas vidas, suas famílias, seus amores. Todos os dias, aquelas três moças sentam no mesmo lugar, veem as mesmas pessoas e conversam até sentirem que não existe mais ninguém por perto, como se o mundo se resumisse às gargalhadas felizes de todos os dias depois do expediente.
São tão diferentes e tão parecidas as três. Cada uma com seu ponto de vista, cada uma com seu jeito de ser. As três se completam. Tanto que quando uma não se faz presente, não liga e nem dá notícias, é como se as outras duas, naquele momento, fossem imperfeitas.
Antes eram só duas: a “baixinha com voz de criança” e a “gordinha baixinha que mora longe”. Depois a vida tão generosa trouxe para perto das duas a última integrante da trilogia. E as outras duas que antes quase se completavam, encontraram de fato a parte que lhes faltava.
E elas são felizes. São felizes juntas sentadas à mesa. São felizes quando estão distantes e quando uma ouve a voz da outra ao telefone. São felizes quando brigam e fazem as pazes e são felizes mais ainda porque sabem que essa cumplicidade será eterna e atemporal mesmo quando suas vidas tomarem rumos opostos e as diferenças insistirem em querer separá-las, dividi-las. São cúmplices, são diferentes, são parecidas, inseparáveis e, sobretudo, têm guardado dentro de si mesmas o mais nobre dos sentimentos: a amizade. E cada minuto que passam juntas é precioso. Que bom que a vida as aproximou...

Meu amor, meu bem, me ame




Meu amor, meu bem, me ame, não vá para Miami
Meu amor, meu bem, me queira
Tô solto na buraqueira, tô num buraco
Fraco como galinha d'Angola
Meu amor, meu amor manda:
Não vá para Luanda, Não vá para Aruba
Se eu descer, você suba aqui no meu pescoço, faça dele seu almoço
Roa o osso e deixe a carne
Meu amor, meu bem,repare no meu cabelo
No meu terno engomado, no meu sapato
Eu sou um dragão de pêlo, eu cuspo fogo
Não esconda o jogo ou berro no ato
Meu amor, meu bem, me leve de ultraleve
De avião, de caminhão de zepelim
Meu amor, meu bem, sacie, mate minha fome de vampiro,
Senão eu piro
Viro Hare-Krishna, hare, hare, hare
Não me desampare ou eu desespero
Meu amor, meu bem, me espere até que o motor pare
Até que marte nos separe
Meu amor ele é demais, nunca de menos
Ele não precisa de camisa-de-vênus
Ouça o que eu vou dizer, meu bem me ouça:
O que ele precisa é de uma camisa-de-força

Você é a minha cura, se é que alguém tem cura
Você quer que eu cometa uma loucura?
Se você me quer, cometa!

Zeca Baleiro

PS: E eu esqueceria dele? Nunca, jamais. Perfeita música, de letra inteligente, como tudo o que Baleiro escreve.

domingo, 8 de agosto de 2010

À ele


O mais inteligente, mais elegante, o que tem a voz mais bonita, o mais beijoqueiro e sensível de todos os pais do mundo: O MEU PAI, meu amigo e meu exemplo de vida.


Os meus "velhos" são tudo o que eu tenho de mais precioso e não é só porque hoje é o dia dos pais, aquele dia em que os filhos saem em busca do melhor presente, do melhor agrado. É porque ele é o melhor pai que alguém poderia ter e eu o amo com ou sem presente, com ou sem dia dos pais.



sábado, 7 de agosto de 2010

Iniludível


Introspectiva, foi assim que acordei hoje. Dormi bem ontem, tive um sono tranquilo, mas logo que abri meus olhos, dei de pensar no quanto somos insignificantes e permaneci como quem estivesse presa, sem saída, sem liberdade ali, deitada na minha cama.
Uma angústia descomedida e a pior sensação de impotência que eu já experimentei em toda a minha vida tomaram conta de mim naquela altura da manhã. Não sabia de onde tinham vindo todos estes sentimentos sem sentido, quando me vi deitada e sem forças para colocar os pés no chão e chorei. Chorei sem saber o porquê de minhas lágrimas e daquela dor que insistia em tomar conta do meu peito.
“O que ‘diabos’ é isso, meu Deus, porque estou me sentindo assim?” Pensei. De repente, me veio a resposta de toda essa inquietação que me afligiu nos primeiros minutos do meu dia: Medo. Estava atemorizada simplesmente por estar viva, e viver é tão complexo. A gente vive para morrer e espera pela morte como se ela fosse a vida. Ela, “a indesejada das gentes”, que pode ser “dura ou caroável”, como certa vez disse um poeta. Ela, que não escolhe cor, status social e nem sexo.
Tenho aversão à ideia de que vou morrer um dia ou de que vou ver sem vida as pessoas que amo e isso me deixa irrevogavelmente triste de vez em quando. Que desça “a noite com seus sortilégios” e traga coisas boas, vibrações boas, pensamentos bons e um amanhã de encantamentos e sorrisos.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

"Muda, que o medo é um modo de fazer censura" *






Vivemos em um mundo onde imperam as desconexões sociais. Isso se deve ao fato de a distribuição de renda ser desigual entre as classes desta sociedade: muitos com pouco e poucos com muito.
A globalização, ao surgir como nova ordem econômica mundial, propõe uma integração entre os segmentos da sociedade. Mas me pergunto: Como esta integração pode ser feita se as diferenças são tão grandes? Muitos dormem e acordam sem, ao menos, ter o que comer durante todo o dia. Estas mesmas pessoas que não comem, não têm acesso a uma educação digna que os auxilie a formar seus pontos de vista.
Dentro dessas perspectivas surgem os meios de comunicação que, segundo o senso comum, são os difusores dos problemas sociais. Mas como estes problemas e estas desigualdades podem ser difundidas e, melhor, solucionadas, se nem todos os que desejam usufruir destes meios têm essa possibilidade?
A mídia no Brasil hoje está nas mãos de algumas famílias brancas e ricas. E esta é a mesma mídia conservadora e de direita que mantém, em pleno século 21, a sua "gloriosa" tradição de ser contrária à distribuição de renda e ao desenvolvimento intelectual da população do País. Será que estas pessoas, de certa forma, não mostram sua visão de mundo, seus pontos de vista e faz com que a maior parte da população - aqueles que só dispõem da televisão, por exemplo, como meio de manterem-se informados - aceitem essas visões de mundo como indiscutíveis e inquestionáveis?
Cabe a nós que temos acesso a uma educação mais reflexiva, que temos o privilégio de dispor de inúmeras possibilidades de informação (ao contrário da maioria da população) não aceitar tudo o que a mídia mostra como sendo "verdade absoluta". Devemos, antes de mais nada, investigar a veracidade da informação e só assim tirar nossas conclusões.
Não é louvável que vejamos as pessoas sendo alienadas, com medo de expor suas próprias opiniões por conta da carência de informações de qualidade e achar que tudo ocorre porque somos uma minoria privilegiada.

* Texto bem "café com leite" escrito no começo da graduação, lá pelos idos de 2006. Melhorei um pouquinho, vá lá. Olha aí porque é ruim não ser criativo... Esse post explica o post anterior: A pressa de querer postar algo e se achar na obrigação de ter que postar. Está aí. Homenagem à Isa Dias. Ela amou... rsrsrs

O Ócio

Não saber o que escrever. Na verdade, não ter ideia sobre o que se vai escrever é a pauta do dia. Há algum tempo venho padecendo desta doença que tem me tirado do sério e me deixado triste e frustrada.
Acho que, como sempre, tenho me cobrado demais. Cadê a tua inspiração, menina? onde ela foi parar? tu tens que escrever, cria uma pauta, olha para uma foto e I-N-V-E-N-T-A.
Infelizmente não tenho essa facilidade. Por isso estou aqui, dissertando sobre o meu ócio não criativo. É "balela", é "blábláblá" mas é o que temos para hoje. Meus neurônios estão "tostados", não sai nada. Se Deus quiser, amanhã escreverei um livro ou uma "quase bíblia" de coisas interessantes, mas hoje, especialmente hoje, não dá, não consigo. That's all.

domingo, 1 de agosto de 2010

"Vamos celebrar a estupidez humana"




O maior protesto contra a intolerância e a desigualdade já produzido em forma de música:

Perfeição
Composição: Renato Russo

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos,
Covardes, estupradores e ladrões...
Vamos celebrar a estupidez do povo

Nossa polícia e televisão, vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...
Celebrar a juventude sem escolas, as crianças mortas

Celebrar nossa desunião...
Vamos celebrar Eros e Thanatos, Persephone e Hades

Vamos celebrar nossa tristeza, vamos celebrar nossa vaidade...
Vamos comemorar como idiotas a cada fevereiro e feriado

Todos os mortos nas estradas,os mortos por falta de hospitais...
Vamos celebrar nossa justiça: a ganância e a difamação

Vamos celebrar os preconceitos, o voto dos analfabetos
Comemorar a água podre e todos os impostos
Queimadas, mentiras e sequestros..
Nosso castelo de cartas marcadas

O trabalho escravo, nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias- é a festa da torcida campeã...
Vamos celebrar a fome,não ter a quem ouvir; não se ter a quem amar

Vamos alimentar o que é maldade, vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira, nosso passado de absurdos gloriosos

Tudo que é gratuito e feio, tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o hino nacional, a lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade, comemorar a nossa solidão...
Vamos festejar a inveja, a intolerância, a incompreensão

Vamos festejar a violência e esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada...
Vamos celebrar a aberração de toda a nossa falta de bom senso

Nosso descaso por educação, vamos celebrar o horror de tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora, já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção...

Venha!Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta, chega de maldade e ilusão
Venha!O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera - Nosso futuro recomeça -
Venha, que o que vem é Perfeição!...