quarta-feira, 8 de setembro de 2010

E vasculhando meus e-mails, achei este texto...




Assédio moral no trabalho: Chega de Humilhação!*


O mundo globalizado impõe à classe trabalhadora uma melhor qualificação profissional. O trabalhador de hoje é diferente do antigo. É o meio em que trabalha que o torna mais competitivo, mais individualista e autônomo. Homens e mulheres em todas as partes do mundo são pressionados pelos seus dirigentes a mostrar produtividade no trabalho. Há, portanto, a dificuldade do espírito de cooperação, o que ocasiona a falta de comunicação direta entre empregadores e empregados e entre os próprios trabalhadores da mesma classe.

Diante disso, são cada vez mais comuns em quase todos os ambientes de trabalho práticas de assédio moral. Este algoz da classe trabalhadora é praticado com o intuito de afastar o trabalhador do ambiente e das relações de trabalho de diversas formas: através de intimidações, ameaças, humilhações e, na maioria dos casos, isolamento. O trabalhador é induzido a pensar que não está cumprindo suas funções de maneira satisfatória e quase sempre se vê obrigado a pedir demissão.

Falta de ética. Vergonha. Desumanização do ambiente de trabalho. Comportamento deplorável. Todos estes termos definem bem o assédio moral, que atinge aos trabalhadores de todas as classes (empresários, trabalhadores braçais e executivos), chega a ser tão antigo quanto o próprio trabalho e sempre causou sequelas graves nos que têm que passar por tais constrangimentos.

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 12 milhões de europeus alegam ter sofrido algum tipo de assédio moral no trabalho. No Brasil, faltam órgãos que denunciem as agressões e trabalhadores que assumam sofrê-las. Mesmo assim, pesquisas feitas em São Paulo no início de 2008, mostraram que 42% de trabalhadores de empresas de diversos setores afirmam que já passaram por algum constrangimento no trabalho.

Os agredidos, na maioria das vezes, não conseguem perceber e diagnosticar o mal que sofrem. Os agressores julgam que seu comportamento está totalmente dentro da normalidade. A sociedade está omissa e indiferente. Então, de quem é a responsabilidade? Não é coerente “jogar” a culpa apenas na falta de leis mais severas que punam os agressores. Sociedade e trabalhadores devem agir em conjunto. Menos omissão, mais conscientização e muito mais denúncia. Só assim se vencerá este “inimigo” que hostiliza e oprime a classe trabalhadora.


Este texto foi escrito na época em que eu trabalhava na assessoria de imprensa de um sindicato, em 2008. Não lembrava mais disso. O interessante é a maneira como a gente tem que escrever: de acordo com quem vai ler. Legal essa lembrança.

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